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Quem foi Esteban Eitler

Esteban Eitler – músico, compositor e pintor – filho de Stefan Eitler e Maria Eitler nasceu em 25 de Junho de 1913 em Bozen (Bolzano) que na época pertencia ao Tirol/Austria.

Esteban iniciou cedo seus estudos musicais em Bolzano sua cidade natal, a princípio violino, violoncelo, e, em seguida no Conservatório de Bolzano os estudos de flauta tendo como professor seu pai. Em 1929 inscreveu-se na National Hungarian Royal Franz Liszt Academy of Music em Budapest onde em 1934 foi lhe outorgado o diploma de virtuose, aos 21 anos de idade.

De 1933 a 1935 desempenha funções de concertista permanente da Rádio Budapest e solista de flautim da Orquestra de Concertos de Budapest.

No ano de 1936 chega a Buenos Aires contratado pela Rádio Splendit, e nos anos que se seguem até 1941, realiza importante turnê de concertos pela Bolívia onde foi aplaudido pela comunidade artística por suas atuações na “Rádio Illimani” “Rádio Sucre” e “Rádio El Condor” em La Paz. Durante esse período também se apresenta como solista da Filarmônica Metropolitana de Buenos Aires e da Sinfônica A.G.M.A. da mesma cidade.

Em 1942 inicia a sua atividade de compositor, e junto com outros músicos sob a direção de Juan Carlos Paz, participa da fundação da “Agrupacion Nueva Musica” de Buenos Aires, e também constitui as edições musicais “Politonia” para publicar música de vanguarda latino-americana.

Em 1947 realiza a primeira turnê pelo Brasil percorrendo em quatro meses 22 cidades e se apresentando em 42 concertos.

“Compor para mim não é necessidade espiritual, nem sofrimento, nem drama, nem vocação ou obrigação moral. É recreação, diversão, afastamento do trabalho, às vezes brincadeira, outras vezes poesia sentimental, sonhar feliz, alternando com jogos, despreocupado, busca de distração”.

Entrevista dada por Esteban ao Diário da Noite (Recife) em 7 de maio de 1947 durante a turnê brasileira.

De 1948 a 1951 atua como regente em Buenos Aires e inicia suas atividades em pintura e desenho, realiza exposições e conferências e empreende sua terceira, quarta e quinta turnês brasileiras. Suas obras são executadas no Peru, Uruguai, Argentina, Chile, Bolívia e Brasil, assim como nos principais países europeus e nos Estados Unidos.

Em 1952 seu “Quarteto 1950” é premiado no Simpósio da Universidade do Texas em Austin. A “Mercury Music Publication” publica três obras suas, assim como a “Editora do Instituto de Musicologia de Montevidéu”.

Expõe seus desenhos na Itália e transfere residência para o Chile.

Em 1954 fundou a “Agrupación Tonus” de Santigo juntamente com Fré Focke e Eduardo Maturana, iniciando a difusão da nova musica no Chile e organizando uma extensa série de recitais em Santiago, Valparaiso e outras cidades.

Esteban, considerado um dos grandes virtuoses da primeira metade do século XX teve mais de 40 estréias mundiais de obras compostas especialmente para ele, por compositores como: Edino Krieger, Capiba, Guerra Peixe, Claudio Santoro, Hans-Joachim Koellreutter, Ernest Mahle, Gladys Nordenstrom, Daniel Devoto, Roberto Falabella, Theodoro Nogueira, Richard Franko Goldman, Gustavo Becerra, Leon Schidlowsky, Hasley Stevens, Roy Harris, Ernest Krenek, Abelardo Quinteros entre outros.

Em 1955, de passagm por Quito /Equador, Esteban Eitler conheceu o compositor Luis Humberto Salgado, que lhe dedicou  a suite “Danzas Ecuatorianas” para flauta e orquestra.

Entre 1953 a 1956 ocupa os seguintes cargos: regente da Orquestra Permanente da Rádio Cooperativa de Santiago, Diretor do Departamento de Música de Câmara da mesma emissora, regente e arranjador da Gravadora Odeon, Catedrático do Conservatório Golf, membro da associação Chilena de Compositores, membro correspondente do Centro Literário e Filosófico de Montevidéu, Catedrático do Colégio Tomas Morus e encarregado da gravação de música de câmara na Gravadora Odeon, com obras antigas para vários conjuntos.

Em 1957, precisamente em agosto, vai a São Paulo onde é convidado pelos Seminários de Música Pró Arte para ensinar flauta, block flauta, arranjos de jazz, harmonia e contraponto de jazz.

Na Rádio Gazeta é contratado como concertista e primeiro flautista da sua grande orquestra, e também para elaborar arranjos sinfônico-corais sobre temas folclóricos brasileiros.

Exerce ainda o cargo de professor de flauta no Instituto de Arte Contemporânea (Fundação Alvares Penteado) e bem como na Escola Livre de Música.

No Brasil ainda ministra aulas particulares, participa de concertos como, por exemplo, no Teatro Municipal de São Paulo. Continua trabalhando na sua produção artística.

EM FAMÍLIA

Esteban casa em 1935 com Valéria Pudil Rumler, e em 1951 com Ilse Lustig Gruenhut. Com ela tem os filhos Valter Estevão, Cristina (Kitta) Maria, Rolando Andrés e Haydeé Gudrun.

Em 2006 a família tomou conhecimento da existência de outro filho de Esteban – Tibor Eitler – fruto da relação com Maria Nagypal, durante sua permanência na Hungria quando estudava na Universidade de Música.

Esteban falece em janeiro de 1960.

Nesta carta percebe-se como Esteban tinha muita clareza sobre suas ideias e concepções que envolviam seu trabalho como compositor e músico.

Leia a carta escrita por Esteban Eitler para um jovem compositor.